O surgimento do consórcio, há mais de seis décadas, deu origem a um sistema de autofinanciamento que vem possibilitando a realização de sonhos e a evolução em diversos segmentos da economia. Um dos destaques é o sucesso do consórcio no agronegócio.
“Por se tratar de um produto financeiro, circunscrito apenas ao mercado interno, aparentemente parece não ter qualquer conexão com o mercado global. Não se considera a modalidade como influenciadora, mesmo que indiretamente, em saldos de exportações. Contudo, em uma análise mais acurada, a relação é possível”, explica o economista Luiz Antonio Barbagallo, da ABAC.
Agronegócio brasileiro mundo afora
O mercado externo tem sido buscado de todas as formas pelos negócios brasileiros, principalmente devido ao aumento da competitividade do país, como no agronegócio.
Como resultado de planejamento, inovação estratégica e diversidade de produtos, a agricultura brasileira se tornou uma das mais avançadas do mundo. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, a competitividade cresceu 400% entre 1975 e 2020. “Pesquisadores daquele Instituto sustentam que o aumento da produtividade nacional propiciou ampliação da concorrência do setor, resultando em custos menores e, consequentemente, preços inferiores”, detalha Barbagallo.
O estudo aponta também que, entre 1995 e 2017, para um crescimento de 100% no valor bruto da produção, a participação da tecnologia agregada subiu de 50% para mais de 60%. Nesse mesmo período, a presença do fator trabalho diminuiu de 31% para menos de 20%, enquanto a do fator terra praticamente ficou estável, em 20%.
O economista esclarece que o índice internacional PTF, Produtividade Total dos Fatores, sinaliza a relação entre a referência de produto total e os insumos. Nele, o Brasil registrou crescimento de 3,2%, quase o dobro da média mundial, que foi de 1,7%.
Consórcio no agronegócio como oportunidade
Entre os fatores mais importantes que determinam a competitividade no agronegócio estão os investimentos em tecnologia e na inovação. A substituição de equipamentos antigos por mais modernos reduzem custos e aumentam a rentabilidade.
Todavia, a aquisição desses equipamentos exige recursos consideráveis. “A importância de poder contar com mecanismos de financiamento mais acessíveis e com baixos custos é fundamental. Nesse aspecto, o consórcio se torna uma opção interessante e vantajosa para o agroempresário”, comenta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
No balanço do Sistema de Consórcios, divulgado mensalmente pela ABAC, verifica-se constante avanço nas liberações de créditos para contemplações de consorciados de máquinas, equipamentos, implementos agrícolas e veículos. Há também créditos concedidos para silos, drones, imóveis, galpões, em outros setores consorciais.
“Em uma trajetória paralela, constata-se que o crescimento das contemplações dos consórcios do setor agrícola, nos últimos seis anos, vem acompanhando a performance comercial das máquinas agrícolas”, afirma Barbagallo.
Como conclusão, o economista aponta essa relação como excelente indicativo de que o empresário rural enxerga, cada vez mais, o consórcio como uma opção de investimento economicamente interessante para modernizar e manter competitivo seu negócio.
“A forte expansão dos consórcios nos últimos anos também alcançou o agronegócio. O mecanismo tem contribuído para o bom desempenho e competitividade dos participantes desses mercados. Trata-se de um dos fatores importantes para planejamento de produtores e pecuaristas”, conclui