A grande maioria dos brasileiros (78%) tem conta em banco, patamar acima de outros países da América Latina, mostra uma pesquisa do Mercado Pago apresentada nesta segunda-feira, 15. Um dado que chamou atenção nas conclusões da pesquisa é que um em cada três brasileiros (32%) diz que abriu sua primeira conta para fazer ou receber um Pix.
“Tivemos uma grande surpresa, que mostra o impacto da evolução da tecnologia, da agenda do Banco Central”, comentou o vice-presidente de Banco Digital do Mercado Pago no Brasil, Ignacio Estivariz, em entrevista à imprensa para apresentar a pesquisa.
Em jovens, de 18 a 24 anos, 50% dizem que abrem uma conta por causa do Pix, disse o executivo. Também em pessoas com menor inclusão financeira, como um vendedor ambulante, a motivação para abrir conta para receber ou fazer Pix é alta. Outra justificativa principal para abrir uma conta em banco é para receber salários.
A pesquisa apresentada nesta segunda-feira, chamada “Da Cédula ao Drex: a evolução do real em 30 anos”, foi realizada pelo Mercado Pago em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), em comemoração aos 30 anos do Real. O levantamento foi feito com 2004 pessoas entrevistadas em todo o País.
Agricultor que pede recuperação judicial demonstra instabilidade financeira 30 meses antes
Cada vez mais em expansão, a concessão de crédito rural deve continuar em alta nos próximos anos, apesar do aumento dos pedidos de recuperação judicial, que cresceram 535%, de acordo com dados da Serasa Experian.
A conclusão é do próprio head de Agronegócio da Serasa, Marcelo Pimenta. “Se nós pensarmos no número total de produtores e no volume de crédito no mercado, o total de pedidos de recuperação judicial é pequeno.”
Em 2023, apenas 127 produtores rurais solicitaram o recurso, montante que, em comparação com o ano anterior, percentualmente o salto é gigantesco. Mas, segundo Pimenta, o bureau de dados traçou os perfis que concentram a maior parte dos pedidos: são produtores do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais e, em geral, arrendatários.
“Se a gente pensar que esse grupo de arrendatários é o que está mais exposto a variação de mercado, seja porque os preços de commodities cai, seja porque os custos da produção aumentam, ele tem um custo adicional que é o custo da terra. Então, é esperado que ele tenha um número maior de pedidos de recuperação judicial”, comenta o head de Agronegócio.
Outro indicador importante entre os agricultores que pediram a recuperação judicial no último ano é o score. Em média, os devedores que podem apresentar maior risco apresentam o score inferior a 600.
“A maior parte dos produtores que pediram recuperação já estava muito alavancado e tinha nota de risco alta. Não foi recente esse movimento de decréscimo, começa 30 meses antes. Então, quase três anos antes do pedido de recuperação, ele parte de uma alavancagem grande, ele foi se deteriorando, tanto que pede a recuperação judicial e aí a performance do score cai completamente”, indica o executivo da Serasa.